O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


sexta-feira, 29 de junho de 2012

CEDS RIO: VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA NÃO SERÃO INVISÍVEIS



O Estado do Rio de Janeiro foi o precursor ao incluir a categoria homofobia nos registros de ocorrência das delegacias. Único estado da federação que assim procede. No resto do país dependemos do exaustivo trabalho realizado pelo Luiz Mott do Grupo Gay Bahia.

No entanto somente hoje acabo de descobrir que nem mesmo no estado do Rio de Janeiro são TODAS as delegacias que possuíam essa possibilidade, apesar do anúncio no ano de 2009 que a partir do dia 1º de junho passaria a registrar os casos de crimes de homofobia nas delegacias, tornando o Rio o primeiro estado do país a ter dados oficiais destes eventos. Para confirmar essa surpreendente notícia, que não rompe com  mérito do estado, busquei  exaustivamente a norma que estabeleceu que as delegacias tivessem este registro da homofobia, mas foi um trabalho sem sucesso. Essa lei/decreto/portaria/resolução é um verdadeiro mistério. 

Portanto, o número de casos de agressões aos homossexuais já poderia ser maior que aqueles relatados oficialmente pelo governo do estado do Rio de Janeiro, pois apenas as ‘Delegacias Legais’ registram ocorrências tipificadas por motivos de homofobia, nas demais unidades, os episódios de violência são registrados como agressão física, sem a mencionada especificação.

Mas ainda que assim não fosse, como muito bem salientado pela chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, muitas pessoas que são vítimas de homofobia não registram o caso na delegacia, o que faz aumentar - ainda mais - a subnotificação. O receio dos próprios LGBT de procurarem os serviços da polícia, nem sempre bem avaliada pelos usuários, é um fato incontroverso.  

Pois bem, pelo menos na cidade do Rio de Janeiro, novamente precursora no país na defesa do cidadão LGBT (como ocorrido com a Lei 2475/96, primeira cidade a proibir a discriminação aos gays no comércio e serviços públicos), esta imprecisão de números tende a diminuir.

A Prefeitura do Rio, através da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS), lançou um conjunto de ações para combater a homofobia no município do Rio de Janeiro em comemoração ao Dia Mundial da Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros), celebrado em 28 de junho.

Na ocasião, o prefeito Eduardo Paes assinou decreto que torna obrigatório o preenchimento de formulário específico em toda rede de saúde para a notificação compulsória nas ocorrências de atendimento a casos de violência motivados por homofobia, dependendo anuência da vítima.

Tal medida é pioneira no país e será efetivada não só na rede hospitalar municipal, mas também na particular.

Os formulários preenchidos vão ser entregues à Secretaria Municipal de Saúde, que por sua vez vai encaminhá-los à coordenadoria especial da diversidade sexual – CEDS-Rio. Seguindo o exemplo que já ocorre com a violência da mulher.

Foi uma demanda do coordenador Carlos Tufvesson que soube da existência de violência motivada por homofobia que jamais foi notificada a delegacia policial e que sua vítima não teve qualquer apoio do poder público, até porque não tinha condições físicas para solicitar ajuda.

No dia do Stonewall a prefeitura da cidade do Rio de Janeiro garantiu que os gays, vítimas da homofobia, não serão invisíveis.


Fontes:
http://www.comunidadesegura.org/pt-br/MATERIA-seguranca-publica-sem-homofobia 

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