O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Delegado pedirá hoje a prisão preventiva do agressor homofóbico da Av. Paulista, onde ontem também foi palco dos protestos ocorridos na Mackenzie


A cena que o vídeo não mostra, logo depois da vítima ser atacada com a lâmpada no rosto e esboçar uma reação, foi revelada pela mesma ontem em depoimento na delegacia. Segundo a aludida vítima, o acusado maior de idade, Jonathan Lauton Domingues, lhe deu uma gravatada, o segurou e disse aos comparsas:
‘Pode bater que agora ele está seguro’
Neste momento foi que a vítima mais apanhou.

Apareceu também uma outra nova vítima, que reconheceu aquele doce e gentil adolescente (que atacou com a lâmpada fluorescente o rosto da vítima antes mencionada) como sendo responsável, naquela mesma noite, de lhe ter atacado dentro de uma boate, sempre com a ajuda da gangue. Esta vítima sangrou a boca, teve fratura na região e quase perdeu os dentes!

Eu esbarrei nele sem querer e ele veio para cima de mim. Tenho certeza de que se trata da mesma pessoa que aparece batendo com a lâmpada no outro rapaz. Vi as fotos no site [de relacionamentos na internet] e comparei com as imagens das câmeras de segurança mostradas na televisão”, disse o estudante.

Detalhe, esta nova vítima, chegou a ver o perfil dos acusados no Orkut, antes dos mesmos apagarem. Disse também a mais nova vítima, que o anjinho adolescente que o agrediu fazia parte de comunidades de cunho violento no Orkut como “Um soco vale mais que mil palavras” e “Comigo é joelhada na cara”.

Papai e mamãe hoje podem até fazer cara de surpresa, mas bem poderiam estar economizando o dinheiro gasto com advogado se tivessem antes investido bem menos num bom terapeuta.

O Delegado José Matallo Neto aguardava ontem o acusado maior de idade, e garantiu “Não tenho a menor dúvida. Vamos fazer o relatório e vamos fazer o pedido de prisão preventiva dele, provavelmente nesta quinta-feira (25)”, declarou.

Por motivos racionais, não fico na torcida desses pobres de espírito permaneçam presos por muito tempo, mas realmente fico muito feliz dos menores serem neste momento internados numa instituição e que seja pedida a prisão preventiva do maior. Lamento pelo sofrimento da família e até por eles, mas é o mínimo que precisa ocorrer para impor os limites que parecem perdidos por todos, especialmente pelo grau da violência experimentada.



Enquanto isto, em outro ponto da cidade de São Paulo, em torno de 500 pessoas protestaram contra a homofobia na tarde desta quarta-feira, dia 23, em frente à Universidade Presbiteriana Mackenzie em repúdio a nota publicada no site da universidade (realizada antes dos crimes homofóbicos de São Paulo e Rio de Janeiro) que se posicionava contrária a Lei da Homofobia.

Informou o G1 - São Paulo que depois de finalizarem um ato em frente à Universidade Presbiteriana Mackenzie manifestantes continuaram a protestar contra homofobia com uma caminhada pelas ruas do centro da cidade até a Avenida Paulista, na altura do número 700, onde ocorreu uma agressão no dia 14 de novembro.
Durante todo o trajeto, os manifestantes apitaram, carregaram bandeiras e cartazes pedindo respeito e gritavam frases como “contra a homofobia, a luta é todo dia” e “contra agressão eu quero proteção.”

A manifestação não foi programada, segundo Carolina Latini, de 20 anos, aluna do 1º ano de ciências sociais na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). “Nos organizamos para o evento em frente ao Mackenzie. E a manifestação continuou sem nenhuma programação. Achei incrível a iniciativa. Esta é a verdadeira parada gay", disse.

"Pela primeira vez a galera jovem se reúne em um movimento espontâneo, sem lideranças ou militantes tradicionais. Isto é muito importante", afirmou o funcionário público Beto Sato, de 30 anos.
Impossível melhor exemplo que este dado pelos jovens paulistas e, concordo com a Carolina Latini, esta passeata foi a melhor representação daquilo que se espera de uma verdadeira Parada Gay.

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