O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


terça-feira, 30 de novembro de 2010

CARTA ABERTA A ANGÉLICA IVO, MÃE DE ALEXANDRE THOMÉ IVO RAJÃO QUE COMPLETARIA HOJE 15 ANOS


Antes de ser homossexual, advogado, cristão e qualquer outro adjetivo que por ventura me qualifique, sou um ser humano.

Assisti o vídeo da mãe de Alexandre Thomé Ivo Rajão e sofri com ela, por ela, seu filho, seus familiares e sua história trágica.

Se o Estado não soube criar meios legais que contribuísse para que a vida de seu filho fosse preservada, pelo menos ouça agora um apelo aflitivo de uma mãe que clama por justiça e para que se faça algo contra uma homofobia a qual nem sabia existir.

Ninguém tem condições de sequer imaginar a dor desta mãe, especialmente hoje, dia no qual seu filho, se vivo estivesse, completaria 15 anos de idade. Uma mãe que descobriu na agenda de seu filho que o mesmo sonhava ter neste dia uma festa e convidados, para celebrar a vida!

Como cidadão, me sinto envergonhado diante desta mãe. Tenho vergonha de estar escrevendo sobre a morte de seu filho e seu sofrimento. E vergonha absoluta em saber que os jovens, covardes e homofóbicos acusados de assassinarem seu filho, sob cruel tortura, durante três horas, pasmem, estão soltos!

Protesto como cidadão, mas prefiro escrever para esta mãe como filho.

Alexandre Ivo se foi com 14 anos, mas sua vida continua no amor dedicado por esta mãe. A festa só mudou o endereço, num local sem risco de violência ao final.

Depois de assistir a declaração no vídeo abaixo, não tenho dúvida de dizer para esta mãe que o maior presente de quinze anos que Alexandre Ivo poderia ganhar foi tê-la como mãe.

Meu absoluto respeito a esta mãe, uma cidadã brasileira, ainda que sem o reconhecimento e a devida contraprestação do Estado.



A resposta daquilo que seria a "sujeira" no segredo revelado pelo personagem Gerson, da novela "Passione"



Quando o personagem Gerson, vivido por Marcelo Anthony em "Passione", revelou seu segredo, incluindo evento que envolvia prostitutas e homossexualidade, passei imediatamente a prestar atenção na novela que corria solta na televisão, com olhos e ouvidos atentos.

Primeiro revelou que gostava de sexo “sujo” e em seguida passou a descrever o que para ele era sujo.

Na relação daquilo que o personagem considerava sujo disse que se sentia prazer em ver casais homossexuais fazendo sexo em banheiros públicos.

'Eu não sou gay, nunca fui homossexual, mas o cheiro fétido dos banheiros públicos me atraia. Eu não queria participar, mas eu via, olhava, fascinado. Aquela atmosfera suja, proibida, mexia muito comigo'.

Revelou ainda que bastava o cheiro e as situações que via nos prostíbulos e banheiros públicos, para sentir prazer, e ao mesmo tempo, envergonhado com a situação

Mas outros exemplos surgiram: prostitutas e travestis que se comercializam pelas ruas, denotando baixo nível. Aliás, a única fantasia levada a prática teria sido com uma prostituta de rua, "bem farta", “roliça”, ou seja, bem gorda.

Depois de ser pego e achacado por policiais, passou a se saciar com sites de pornografia, na internet, com o tal sexo 'sujo'. Segundo ele, 'era um prazer enorme me esconder para olhar aquilo. Era um prazer tão forte. Mas ao mesmo tempo aquilo me fazia mal'.

A primeira pergunta que me fiz, depois destas cenas, foi se o texto da novela Passione teria insinuado que sexo homossexual era sujo ou se pelo fato do personagem colocar tudo no mesmo saco, poderia ser assim entendido.

Recorri à ajuda técnica e imediatamente repassei o questionamento a competente Psicóloga Clínica e Especialista em Sexualidade Humana – Unicamp - Campinas/SP, Dra. Maria Cristina Martins (foto ao lado), que admiro profundamente, por sua indiscutível capacidade, inclusive, reconhecida no meio científico, e, principalmente, por saber que se trata de alguém destituída de preconceitos.

Após meus relatos e sua advertência que não assiste novelas, os esclarecimentos de Cristina Martins foram no sentido que a única certeza que poderia se extrair da narrativa era que o personagem fazia uma associação da homossexualidade ao proibido, dentro dos seus padrões de moralidade sexual.

Acrescentou que, em regra, a fantasia sexual procura preencher um vazio na vida sexual e se dá exatamente nos atos que não se tem coragem de se vivenciar. Aliás, advertiu, que algumas fantasias nem devem sair desta esfera porque inaceitáveis socialmente, citando como exemplo os exibicionistas que fantasiam exibir seus órgãos genitais publicamente.

Quanto a eventual homossexualidade enrustida do personagem, afirmou que só um trabalho em conjunto com eventual cliente, em situação análoga, seria possível enfrentar a questão da orientação sexual.

Questionei a Cristina Martins se não teria havido uma exacerbação do autor, já que me pareceu pouco crível que tal segredo possuísse toda aquela repercussão nuclear perante aqueles que descobrissem ‘o segredo’ do Gerson. Afinal, estávamos falando de sexo virtual, envolvendo eventualmente prostituição, algo tão comum num universo machista. E já fui me adiantando, não pelo ponto de vista do personagem, uma vez que sabia que do ponto de vista psicológico bastaria o seu sofrimento pessoal para se caracterizar algo grave para o mesmo, mas aos olhos da esposa que transpareceu um grande nojo e do irmão, que chegou a chantageá-lo para não divulgar para família.

A resposta da sexóloga não poderia ter sido mais incisiva: - Aos seus olhos, dentro da sua moralidade sexual não se justificaria, disse ela. Em seguida a sexóloga esclareceu existir muita hipocrisia, mesmo junto aqueles que aparentam ser libertos da moralidade tradicional, razão pela qual, rapazes criados por famílias supostamente estruturadas acabavam praticando atos de violência homofóbica.

Depois desta resposta, vi que aquilo que pensava não refletia necessariamente um pensamento comum, da maioria das pessoas, e na dúvida, no desejo de me afastar da minha ‘moralidade sexual’ pessoal, indaguei sobre o tal sexo considerado “sujo” pelo personagem, o qual me pareceu possuir uma conotação de “anormal”.

Segundo a sexóloga Maria Cristina Martins, uma das razões que dificulta a compreensão dos interesses sexuais “não convencionais” é o fato da confrontação utilizada ser a prática sexual tradicional, aqui considerada aquela com intuito da procriação, tida como a mais importante função biológica.

No entanto, de imediato foi me sugerindo a leitura de um trecho de seu artigo com o Dr. Paulo Roberto Ceccareli, sobre o tema "PRÁTICAS SEXUAIS DITAS “DESVIANTES”: PERVERSÃO OU DIREITO Á DIFERENÇA?", onde conclui que apesar da sexualidade humana ser objeto de estudo desde a antiguidade, não há consenso sobre o assunto:

“partindo-se da premissa que a definição de “normalidade” é histórica e culturalmente construída, conceitos como “normal”, “saudável” e “patológico” estão sendo questionados por todos os profissionais que se interessam pelo estudo e compreensão da sexualidade humana. As inúmeras manifestações da sexualidade humana, assim como as mais variadas buscas de prazer, confirmam uma vez mais que no ser humano a sexualidade não está vinculada á procriação”.

Então, eu que estava preparado para pixar o personagem, o segredo e a narrativa com cheiro de preconceituosa me recolho dividindo com vocês essas informações.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Folha de São Paulo frequenta a escola de Reinaldo Azevedo


Sabe-se que o Jornal a Folha de São Paulo luta arduamente para que não seja permitida qualquer forma de censura, até porque, apesar de se tratar de um jornal de informação, opta pela suposta prática de partidarismo político em enfrentamento ao governo petista. Ainda que suas razões aparentem ser pessoais, trata-se de uma luta justa, uma vez nenhum estado democrático de direito pode permitir que a censura se instale em sua sociedade.

Se o editorial desejava se manifestar sobre a questão de seu particular interesse, que lhe aflige, não deveria utilizar um outro tema que desconhece, na tentativa de alcançar seu objetivo. Como é comum ocorrer em situações tais, a visão costuma ficar turva, prejudicando o parâmetro da racionalidade com pensamentos tendenciosos, e PRINCIPALMENTE, resta frouxo o imprescindível cuidado que deveria nortear qualquer manifestação que seja endereçada as massas. O resultado disto foi um editorial comprometido, publicado pela Folha de São Paulo, neste último domingo (29/11), sob título: “Lei da Homofobia”.

Os pecados do editorial foram inúmeros e bastante vergonhosos. Parece ter se embasado pela pretensiosa lição de Direito e os princípios que regem a Interpretação das leis através do bloguista Reinaldo Azevedo, com direito do editor de criar até o que inexiste no mundo jurídico.

Afirma o editorial, entre outras besteiras, que o projeto de lei que pretende criminalizar a homofobia seria uma ampliação ao que já existe em lei que pune o preconceito racial e em códigos vigentes:

Na verdade, a chamada Lei da Homofobia constitui-se de uma ampliação, no que diz respeito à orientação sexual, de um texto em vigor desde 1989, punindo atos e manifestações de preconceito racial. Trata-se de uma espécie de reforço a direitos de grupos que já encontrariam proteção na Carta e em códigos vigentes.”

Que triste e feia confusão fez o editor!

Primeiro, em nosso ordenamento jurídico INEXISTEM lei e dispositivos legais em códigos que PUNAM qualquer ato de preconceito em razão da ORIENTAÇÃO SEXUAL

Aliás, a orientação sexual é um termo até então jamais referendado por qualquer lei nacional existente. Trata-se de uma grave OMISSÃO das leis até então existentes.

Portanto, também jamais poderia se cogitar de “reforço” de punição ao tipo penal baseado na "orientação sexual", simplesmente inexistente.

A confusão do editor da Folha de S. Paulo deve decorrer da existência da previsão de punição para condutas injuriosas praticadas contra alguns grupos utilizando elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência prevista no § 3o artigo 140 do Código Penal. Estes atos repudiados pelo legislador são designados como injúria qualificada, mas como se constata, nela não se inclui a orientação sexual.

Outro motivo deste grave erro público do editor da Folha de S. Paulo é atinente ao fato de sugerir que o dispositivo acima indicado tutela o “preconceito racial”, ao qual, para o jornalista, a orientação sexual estaria supostamente inclusa. O sujeito passivo a responder pelo crime de preconceito racial são aqueles que atuam com racismo, e não homofobia. Se pela doutrina e justiça brasileira a homofobia fosse entendida como racismo, todos os problemas dos homossexuais já estariam resolvidos e a pretensão do projeto lei 122/2006 que pretende criminalizar a homofobia seria, no mínimo, perda total de tempo e sem qualquer razão de ser.

Mesmo diante desses crassos erros, não se pode negar que em relação a honra não exista um dispositivo legal genérico previsto no código penal que os homossexuais pudessem se valer. Diferente daquela relação que pune a injúria como qualificada com pena de reclusão de um até três anos, há a injuria simples, na qual os homossexuais poderiam se socorrer, onde a pena é de detenção, e não reclusão, e pena de seis meses até um ano. Portanto, aceita-se o dito reforço alegado pelo editor, mas apenas para igualar os homossexuais (não previstos especificamente em qualquer regramento) a proteção nos mesmos patamares dos direito concedidos a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência, com idêntica punição.

Beira a ignorância e assusta que um editorial avente a possibilidade para todos os seus leitores que um projeto de lei tenha o condão de censurar a BIBLIA, quando diz “espera-se que ninguém estará impedido pela nova lei de considerar o homossexualismo atentatório aos mandamentos de Deus; até a Bíblia teria de ser censurada, nesse caso.”

A Bíblia jamais foi objeto de alvo do projeto lei em questão. Chega a ser ofensiva a honra dos homossexuais esta acusação. Aproveitando aqui a recente celeuma, a ser considerada a coerência adotada pelo editorial da folha, todos os editores dos livros de Monteiro Lobato estariam presos por crime de racismo.

Alguém precisa dizer o óbvio para o editor da folha de são Paulo para não confundir ‘alhos com bugalhos’. Por exemplo, jamais será uma censura, decretada por lei, a proibição de um cidadão manifestar seu pensamento com discriminação contra os negros, impedindo-o de xingar de "macaco" ou qualquer outra designação que represente ato odioso de discriminação, sob pena de punição criminal. Antes dos princípios constitucionais que garantem firmemente o livre direito de expressão, não permitindo a censura, a razoabilidade dos direitos fundamentais impõe que se prevaleça o direito da dignidade da pessoa humana.

Francamente, foi extremamente deplorável essa argumentação do jornal paulista. Em que pese a preocupação da Folha, cumpre esclarecer que a religião possui TODAS as proteções possíveis do Estado, seja constitucional, criminal, civil, trabalhista e tributário.

Logo, também cai por terra a assertiva que o projeto lei dependeria “do bom senso do Ministério Público e da magistratura” para a aplicação adequada da lei e igualmente, como se constata, não há que se falar em “excessivo rigor nas punições”, pois consoante já demonstrado, apenas se deseja que a punição homofóbicos seja a idêntica aquela aplicada para os demais casos relacionados na discriminação qualificada.

Caso o editor houvesse preferido se informar com juristas, deixando de se pautar por palpiteiros ensandecidos, que no auge de suas arrogâncias se arvoram em especialistas jurídicos, não perderia seu tempo, ainda que de boa-fé, na sugestão da “busca de um acordo razoável em torno de possíveis modificações em detalhes do texto, evitariam os inconvenientes reais ou imaginários que se antepõem à sua aprovação” e, muito menos, não teria nos prestigiado com sua insciência e tampouco faria o desserviço de espalhar temor e besteiras aos seus leitores.

sábado, 27 de novembro de 2010

Os homofóbicos e a "homossexualidade recalcada" aos olhos da psicanálise

Não pude comparecer ao Seminário Estatisticas e Indicadores Sociais promovido pela UFRJ no meado deste mês, no qual estava inserido entre os temas a "Diversidade Sexual", a ser abordado pela Dra. Silvia Magaravite (foto ao lado), psicanalista. Por sorte, a mencionada palestrante publicou em seu blog "psicanálise para quê?" o trabalho apresentado.

Muito interessante e esclarecedor. Sugiro a leitura na íntegra.

A Dra. Magaravite esclarece psicaniliticamente a importância desta pesquisa do IBGE acerca dos números de casais homossexuais em nossa nação, valendo-se das lições de Lacan, que defendia que "aquilo que está no real precisa ser simbolizado, pois o que existe no real, caso não seja simbolizado, retorna para o mundo de modo fantasmático", aduzindo que a existência de casais gays é real, e a apuração realizada pelo Censo representaria sua simbologia, dando visibilidade.

O antropólogo e decano do Movimento LGBT, Dr. Luiz Mott, defende a mesma visibilidade, seja através das Paradas Gays e outras ações, nem sempre muito bem-visto, como a retirada do armário a orientação sexual de artistas, políticos, e demais pessoas públicas e famosas.

Dra. Silvia Magaravite contesta as terminologias diferenciadas, pois independente de sermos homossexuais, somos seres humanos. Enfim, critica os vários termos que são aplicados aos seres humanos, apesar da Constituição Federal reconhecer, em tese, uma igualdade de todos os cidadãos.

Para falar sobre a "resistência" da humanidade em aceitar a "homossexualidade recalcada", discorre sobre Freud:
"Freud, o pai da psicanálise, possuía uma compreensão acerca da sexualidade humana como “perversa polimorfa”, ou seja, como, ao nascermos, não temos inscrito no nosso inconsciente qual é o nosso próprio sexo anatômico e muito menos qual é nosso objeto do desejo sexual, a princípio, “todos seres humanos são capazes de fazer a escolha de um objeto homossexual e que de fato, esta escolha foi consumada no inconsciente.” Ele dirá também, referindo-se a estrutura psíquica "normal", que originariamente somos todos bissexuais. Essa organização psíquica se constitui na primeira infância, ou seja, entre 0 e 3 anos de idade."
E demonstra, por dados históricos, o tempo que se fez necessário para que a homossexualidade fosse retirada da lista de doenças:

Em 1930, Freud assinou a primeira petição discriminalizando a homossexualidade e em 1935, dirigindo a mãe de um homossexual
...
Mas foi somente em 1973 que a American Psychatric Association (associação psiquiátrica americana), deixou de considerar a homossexualidade como doença e isso se deu somente porque ativistas gays em 1970 e 1971 invadiram o encontro anual da APA.
...
só em 1993, que a OMS – A Organização Mundial de Saúde – retirou a homossexualidade da lista de doenças."

Diante deste período, a psicanilista volta ao tema e pergunta a razão de tanta resistência a homossexualidade recalcada. Ainda bem, pois só assim entenderemos qual o significado da "perversa polimorfa” em nossas vidas e o que é exatamente a tal "homossexualidade recalcada":
"Vamos olhar para essas datas, porque que a humanidade tem tanta resistência a uma coisa tão normal quanto a homossexualidade?

Essas datas só nos mostram a enorme resistência da humanidade em aceitar sua homossexualidade recalcada. Pois de acordo com a própria questão da “perversão polimorfa”, em nossa infância, necessariamente teremos de fazer uma escolha do objeto sexual e deixaremos as demais possibilidades recalcadas. E para a maior parte dos sujeitos o que fica recalcado ou é a homossexualidade ou a heterossexualidade."
Identifico a "homofobia recalcada" sendo o alvo daquela suspeita levantada por muitos dos homossexuais em relação as atitudes discriminadoras dos homofóbicos, fazendo com que a maioria se questione sobre a possível existência da "homofobia internalizada". Isto porque, segundo o que entendi da psicanalista, TODOS os seres humanos tiveram que fazer uma escolha de um objeto sexual naquela fase da infância e deixaram "as demais" possibilidades (para os homossexuais, no caso, a heterossexualidade) "recalcada". Donde se conclui que em todo heterossexual, por sua vez, também resida uma "homossexualidade recalcada", sendo que alguns lidam bem com isto e outros não.

Neste sentido, conclui a Dra. Silvia Magaravite:
"E aquilo que vemos no social é que quanto maior for nossa dificuldade em aceitar em nós a homossexualidade recalcada, maior a possibilidade que temos de fazer deste outro, que pensamos ser tão diferentes de nós, objetos de nosso ódio, daí é que vemos tantas agressões e até assassinatos".
Me parece que a chamada "homofobia internalizada" decorre da "homossexualidade recalcada", apenas não sei se ambas são coisas distintas ou terminologias de um mesmo conceito.

De qualquer forma, muito rico o tema levantado no Seminário em questão. Ajuda a compreendermos melhor as dificuldades pelas quais passamos, sem as quais o enfrentamento só é dificultado. No entanto, apesar de algumas transcrições, imprescindível a leitura do texto integral, no contexto imposto pela psicanalista, pois à luz do óbvio, aqui houve uma pretensa retratação daquilo que me foi inspirado, o que necessariamente não representa a realidade do que foi exposto pela expert.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Neste clima de violência urbana transmitida pela televisão, uma pergunta: como vive o homossexual morador de Favela no Rio de Janeiro?



O Rio de Janeiro ganhou no ano passado primeiro lugar de destino gay numa votação internacional e também em outra eleição como sendo o local mais feliz.

Isto não é bom apenas para o Rio de Janeiro, mas para o Brasil e especialmente para LGBTs nacionais. A entrada de divisas é uma língua que as autoridades públicas entendem e reconhecem, por conseguinte, estes ganhos contribuem para visibilidade e reconhecimento do Estado acerca da existência deste segmento na sociedade.

Infelizmente, o Rio de Janeiro de hoje televisionado mostra uma outra faceta também existente, a da violência urbana, centenas de marginais integrantes de diferentes facções ocupando a Favela do Cruzeiro e outras comunidades, criando um clima de absurdo terror para toda a sociedade, mas em especial para os moradores daqueles locais. A violência no asfalto é grave, mas mais pontual, veículos incendiados e terrorismo, já aquela da Favela apesar de crônica, permanente, é ainda mais concentrada e perversa.

No Rio, como se sabe, o Comando Vermelho surgiu no antigo presídio da Ilha Grande, nos primeiros anos da década de 70, fruto da convivência de presos comuns e presos políticos. Depois surgiram diferentes facções.

Podemos dizer que a violência de hoje é resultado da falta do cumprimento dos deveres e garantias sociais do estado e daquele antigo regime de ditadura.

O Rio de Janeiro conhecido pelos seus morros verdes e o mar, favoreceu, topograficamente e clima (entre outros fatores), o surgimento de favelas.

E foi lá, nas favelas cariocas, onde se concentram os principais desfavorecidos e discriminados que a marginalidade, também oriunda do total descaso social, estrategicamente se estabeleceu e passou a dominar aquele especifico território.

Dificilmente um carioca já não subiu uma favela. Já estive em três pelo menos, mas só posso realmente dizer que conheci, ainda que parcialmente, a Rocinha. A maior favela da América do Sul. Dificilmente também alguém que tenha subido um morro já não tenha avistado um marginal armado.

A maioria absoluta dos moradores são pessoas trabalhadoras e honestas, mas a “marca” da favela para quem não vive por lá é e continua sendo como domicílio dos pobres, gangues e marginais.

Óbvio que em toda favela possuem homossexuais. A orientação sexual também não escolhe local.

A mero título de exemplo, basta comparecer a um ensaio da escola de samba destas comunidades que se descobre uma imensa quantidade de gays, lésbicas e travestis oriundos de favelas.

Neste mundo atual tão globalizado e com recursos de tecnologia, a tarde toda assistir na principal rede de televisão os “bandidos” e “mocinhos” fortemente armados, tanques de guerra, carros blindados, caveirão, helicópteros, carros, pneus incendiados, centenas de policiais e assustadoramente centena de marginais, parece mais sessão da tarde exibindo o filme Tropa de Elite – Sem ficção.

Para aqueles que moram no Rio de Janeiro a visão e sentido não são os mesmos, imaginem então para quem mora nestas favelas? Filhos da pátria pobres, grande maioria negra, frágeis. Vivem a discriminação na pele, pela condição social e local onde moram. A polícia chega e, evidente, tem que passar o pente fino, pois ninguém traz na testa se é honesto ou marginal, mas isto não faz com que deixe de ser humilhante. Se não morasse ali não passaria por tal constrangimento. Ao mesmo tempo, o bandido e a milícia abordam e o morador tem que agüentar e se calar, pois depois quem manda e cuida do local são eles.

Ninguém respeita o morador da favela, mas nesta guerra formada, nenhuma das três pontas deste triangulo possui escolha. O bandido quer se salvar e passa por cima de qualquer um, a polícia quer prender, tem que entrar e verificar, e o cidadão morador tem que suportar, já que a ele não é dada nenhuma escolha. Quer tentar entender, basta pensar que o seu lar é, em regra, o local que quando chega, significa a sua segurança, proteção. Não para quem mora numa favela.

E agora lhe pergunto: e os gays, lésbicas e transgêneros que moram nestas favelas? A “escória” da “escória” nos padrões culturais machistas, religiosos e de deputados insanos que afirmam ser falta de porrada? Como estas pessoas que mesmo sem invasão de polícia já viviam sob o crivo de bandidos a ameaça as suas vidas, por conta de suas orientações sexuais? A pobreza está ainda muito ligada a falta de acesso da boa formação, a qual seria uma das únicas expectativas de um futuro melhor. Mas se a toda discriminação do morador de favela ainda tiver que ser acrescido este plus, da violência e discriminação aos LGBTs, como agora eles estarão?

Dentro do universo de quem mora numa favela, sempre encontraremos aqueles que lutam por direitos humanos que reclamarão pelos direitos das minorias dos negros, das mulheres, dos adolescentes, idosos e etc.

No movimento social LGBT muito se discute sobre os imprescindíveis direitos de igualdade e da dignidade da pessoa humana, mas deveríamos prestar uma especial atenção àqueles que conseguem sofrer uma discriminação ainda maior que o restante de nós.

Diante desta confrontação, quase beira ao ridículo quando gritamos pela união civil, direito de demonstração de afeto nos lugares públicos e tantos outros direitos. Para a maioria deles isto nada mais é que supérfluo. Não que tais direitos não sejam fundamentais e não se refiram a dignidade. São e precisam ser exigidos. Mas nada se compara a profundidade ao mesmo direito à dignidade da pessoa humana reclamada por estes cidadãos.

Se este terrível evento no Rio de Janeiro servir para algo de bom, que seja para fomentar a reflexão e reforçar a ação do movimento social contribuindo, através de sua aparente organicidade, a cobrança junto às autoridades públicas municipais, estaduais e federais para que os devidos acessos sejam garantidos a estes LGBTs.

Temos a obrigação de ajudar a cobrar do Estado.

Sei que no ano passado até houve um Seminário de Políticas Públicas para População LGBT Moradora de Favelas, envolvendo a ‘Conexão G’, que este ano houve a primeira passeata gay da Favela da Rocinha, que há Passeata Gay da Favela da Maré, mas sinceramente não faço a menor idéia é feito em termos práticos para a população LGBT da favela. Se alguém souber, partilhe conosco! Fica aqui minha solidariedade aos homossexuais moradores das favelas cariocas.

Fotos:
Rapazes se Beijando - 1a. Parada Gay da Rocinha/RJ -de Saulo Cruz
Policiais e Tiro - Favela Vila do Cruzeiro/RJ - G1

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Delegado pedirá hoje a prisão preventiva do agressor homofóbico da Av. Paulista, onde ontem também foi palco dos protestos ocorridos na Mackenzie


A cena que o vídeo não mostra, logo depois da vítima ser atacada com a lâmpada no rosto e esboçar uma reação, foi revelada pela mesma ontem em depoimento na delegacia. Segundo a aludida vítima, o acusado maior de idade, Jonathan Lauton Domingues, lhe deu uma gravatada, o segurou e disse aos comparsas:
‘Pode bater que agora ele está seguro’
Neste momento foi que a vítima mais apanhou.

Apareceu também uma outra nova vítima, que reconheceu aquele doce e gentil adolescente (que atacou com a lâmpada fluorescente o rosto da vítima antes mencionada) como sendo responsável, naquela mesma noite, de lhe ter atacado dentro de uma boate, sempre com a ajuda da gangue. Esta vítima sangrou a boca, teve fratura na região e quase perdeu os dentes!

Eu esbarrei nele sem querer e ele veio para cima de mim. Tenho certeza de que se trata da mesma pessoa que aparece batendo com a lâmpada no outro rapaz. Vi as fotos no site [de relacionamentos na internet] e comparei com as imagens das câmeras de segurança mostradas na televisão”, disse o estudante.

Detalhe, esta nova vítima, chegou a ver o perfil dos acusados no Orkut, antes dos mesmos apagarem. Disse também a mais nova vítima, que o anjinho adolescente que o agrediu fazia parte de comunidades de cunho violento no Orkut como “Um soco vale mais que mil palavras” e “Comigo é joelhada na cara”.

Papai e mamãe hoje podem até fazer cara de surpresa, mas bem poderiam estar economizando o dinheiro gasto com advogado se tivessem antes investido bem menos num bom terapeuta.

O Delegado José Matallo Neto aguardava ontem o acusado maior de idade, e garantiu “Não tenho a menor dúvida. Vamos fazer o relatório e vamos fazer o pedido de prisão preventiva dele, provavelmente nesta quinta-feira (25)”, declarou.

Por motivos racionais, não fico na torcida desses pobres de espírito permaneçam presos por muito tempo, mas realmente fico muito feliz dos menores serem neste momento internados numa instituição e que seja pedida a prisão preventiva do maior. Lamento pelo sofrimento da família e até por eles, mas é o mínimo que precisa ocorrer para impor os limites que parecem perdidos por todos, especialmente pelo grau da violência experimentada.



Enquanto isto, em outro ponto da cidade de São Paulo, em torno de 500 pessoas protestaram contra a homofobia na tarde desta quarta-feira, dia 23, em frente à Universidade Presbiteriana Mackenzie em repúdio a nota publicada no site da universidade (realizada antes dos crimes homofóbicos de São Paulo e Rio de Janeiro) que se posicionava contrária a Lei da Homofobia.

Informou o G1 - São Paulo que depois de finalizarem um ato em frente à Universidade Presbiteriana Mackenzie manifestantes continuaram a protestar contra homofobia com uma caminhada pelas ruas do centro da cidade até a Avenida Paulista, na altura do número 700, onde ocorreu uma agressão no dia 14 de novembro.
Durante todo o trajeto, os manifestantes apitaram, carregaram bandeiras e cartazes pedindo respeito e gritavam frases como “contra a homofobia, a luta é todo dia” e “contra agressão eu quero proteção.”

A manifestação não foi programada, segundo Carolina Latini, de 20 anos, aluna do 1º ano de ciências sociais na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). “Nos organizamos para o evento em frente ao Mackenzie. E a manifestação continuou sem nenhuma programação. Achei incrível a iniciativa. Esta é a verdadeira parada gay", disse.

"Pela primeira vez a galera jovem se reúne em um movimento espontâneo, sem lideranças ou militantes tradicionais. Isto é muito importante", afirmou o funcionário público Beto Sato, de 30 anos.
Impossível melhor exemplo que este dado pelos jovens paulistas e, concordo com a Carolina Latini, esta passeata foi a melhor representação daquilo que se espera de uma verdadeira Parada Gay.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um dia de verdadeiro orgulho e boas notícias



Fui convidado pelo Carlos Tufvesson para o lançamento da campanha “A Moda na Luta contra o HIV” que promoveu nesta terça-feira no Palácio da Cidade do Rio de Janeiro, na qual as principais grifes de moda do quadrilátero de Ipanema se unem pelo mesmo ideal, colaborar com as crianças e adolescentes da Sociedade Viva Cazuza.

Esta campanha irá até o dia primeiro de dezembro e este ano serão vendidas por estas lojas chinelos e necessaire customizados e a renda obtida será revertida para a Sociedade Viva Cazuza.

Uma coisa é escrever estas frias palavras, outra totalmente diferente é entrar em contato pessoal com as crianças, adolescentes e a benfeitora Lucinha Araujo. A beleza e importância do evento passa a ter pulso, vida e emoção.

Lucinha Araujo é muito mais que a mãe do nosso Cazuza. É a mãe, por opção, de todas aquelas crianças e adolescentes e de uma causa, além de ser de uma elegância, simplicidade e simpatia ímpar.

O Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, deu um verdadeiro show de integridade política, humanidade e respeito aos homossexuais.

Em seu breve discurso, em tom descontraído, reconheceu a importância da campanha organizada pelo Tufvesson, garantiu a manutenção da Sociedade Viva Cazuza (deixando Lucinha Araújo verdadeiramente surpreendida e em êxtase) e respeitosamente rendeu homenagens ao seu adversário político o ex-prefeito Cesar Maia, quem já havia firmado pacto de contribuir com a Sociedade Viva Cazuza no mandato anterior.

O Prefeito criticou, de maneira contundente, a forma como as campanhas do segundo turno das últimas eleições trataram questões envolvendo direitos homossexuais e anunciou, publicamente, que a partir de janeiro criará Coordenadoria Especial de Assuntos da Diversidade Sexual em sua administração para questões e direitos LGBTs, do qual Carlos Tufvesson será o principal responsável.

Eduardo Paes
, talvez por ser pai e prefeito, longe de câmeras, flash e a maioria dos convidados, demonstrou um carinho e respeito, que não presenciei de nenhum dos convidados presentes, no trato com aquelas crianças e adolescentes, um tanto acanhadas naquele espaço. Gostei do que vi.

Soube pelo Cláudio Nascimento, Superintendente da SUPERDIR do Governo do Estado RJ, também presente ao evento, que inúmeros dados serão brevemente anunciados que contribuirão bastante a mapear a homofobia no Estado do Rio de Janeiro e que vários estados brasileiros seguirão o exemplo do Rio, introduzindo no registro de ocorrência policial a anotação de crime praticado justificado pela homofobia. Afirmou ainda outros informes que também surgirão no momento oportuno. Penso que se houvesse mas comunicação entre os agentes do Estado e a sociedade LGBT, apesar de nós cidadãos continuarmos nossa tarefa de cobrança, passaríamos a reconhecer de forma mais justa os trabalhos realizados. Gostei muito daquilo que ouvi do Superintendente.

Além de tudo foi uma noite extremamente agradável e gratificante. Estavam presentes e participaram da roda de conversa alguns outros militantes LGBTs que particularmente admiro, a juventude gay, bem representada pelo Judson Maciel e seu companheiro Pedro, o jornalista Eduardo Peret e o Professor de Direito e ex-candidato a Deputado Federal pelo PV, Sérgio Camargo, entre outros.

Fiquei muito orgulhoso de Carlos Tufvesson que havia chegado de viagem do exterior, não havia sequer dormido e estava ali, lutando e criando possibilidades para conquista de direitos para aquelas crianças e adolescentes e também todos nós, cidadãos LGBTs cariocas. Ele não fala, faz.

E, por fim, saber que os quatro adolescentes que agrediram várias pessoas na Avenida Paulista motivados pela homofobia tiveram a internação provisória na Fundação Casa decretada pela 1ª Vara da Infância e Juventude de São Paulo, nesta terça-feira (23), a pedido da promotora da Infância e Juventude Ana Laura Lunardelli, me fez crer que a justiça existe e é para todos.

Foto: Beth Santos/IG

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O sofista Reinaldo Azevedo, com sua presunção e tolice, é instrumento da intolerância


Felizmente, o direito à opinião é um direito ‘sagrado’ em nossa constituição. Isto nos garante o direito à informação e fornece dados para boa reflexão. Mas quem declina uma opinião, de forma pública, deve ser ético, no mínimo, responsável e, principalmente, não agir com má-fé, servindo-se do ‘ vale tudo’ para transparecer uma aparente razão.

O nome que damos a isto é sofisma. Sofisma na língua portuguesa significa “raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa”.

Foi isto que Reinaldo Azevedo fez numa maldosa matéria em seu blog da Revista Veja entitulada – “AI-5 gay já começa a satanizar pessoas se aprovado vai provocar o contrario do que pretende acabara isolando os gays”-, para manifestamente defender um conhecido seu, o reverendo Augustus Nicodemus Lopes da Universidade Mackenzie.

Óbvio que não há nada demais Reinaldo Azevedo expor sua opinião pessoal sobre um fato. Mas, atrevidamente, se arvorar de jurista e doutrinador para interpretação de dipositivos legais, e ainda alardear que suas opiniões são baseadas “cientificamente”, ultrapassou todos os limites, foi pura má-fé e deliberadamente enganosa.

Alguém precisa dizer para Reinaldo Azevedo que como jurista, ele é ótimo catador de lixo.

Seu artigo é solene entulho!

O atrevido senhor, bastante presunçoso, ainda que em outro contexto, ressalta que “Minhas opiniões nascem da convicção, que considero cientificamente embasada”, e pasmem, mesmo sem pertencer ou consultar o único Tribunal competente (STF) para julgar sobre constitucionalidade, sem qualquer cerimônia decide e publica: “A PL 122 é flagrantemente inconstitucional”. Essa frase vinda de um constitucionalista, vá lá, mas de um jornalistazinho presunçoso é muito.

Inconstitucional deveria ser Reinaldo Azevedo se passar por doutor em constitucionalidade e de forma peremptória levar a público sua excelsa decisão que o projeto em questão é “flagrantemente inconstitucional”. Presunção e tolice não são adjetivos suficientes. Se de um lado chego a ter vergonha por ele, porque inquestionavelmente se trata de uma pessoa inteligente falando asneira, de outro, ver alguém se fazendo de autoridade para aquilo que não possui competência, usando seus argumentos falaciosos para formar opinião, induzindo a todos a erro, me causa mais que incômodo, embrulha o estomago.

Para o bem da saúde e segurança pública espero que Reinaldo Azevedo nunca faça o mesmo na área médica ou refaça cálculos de uma ponte, sempre sob aquilo que diz se tratar de seus argumentos “científicos”.

Ele ser contra a lei que protege o negro, não estou nem aí, já que sua opinião realmente não me interessa e os negros brasileiros já estão devidamente protegidos por lei específica. Mas falta ao autor do blog o mínimo de humildade em procurar as razões expostas pelas organizações nacionais e internacionais, assim como antropólogos, sociólogos e outros especialistas – de verdade – estudos que apontam justificadamente as razões pelas quais se fazem necessárias a proteção e tutela do Estado para algumas minorias.

Reinaldo Azevedo adorar o Papa Bento XVI, ser contra o aborto, o casamento civil homossexual, as pesquisas com células embrionárias e leis que defendam as minorias é um direito dele, como cidadão. Já traduz quem ele é. Mas quando o mesmo defende a adoção para homossexuais, com a observação “não havendo heterossexuais que o façam”, mostra o quanto se trata de um texto redigido pela parcialidade de um preconceituoso!

Como jornalista, poderia ser, ao menos, competente
. Reinaldo Azevedo nem se deu o mínimo trabalho de procurar a atualização do PLC 122 para fazer sua brilhante análise e publicar no seu blog. Há um Substitutivo, aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal desde 10/11/2009, onde faz cair por terra sua grande interpretação constitucionalista sobre dispositivos que nem mais existem. É tão feio alguém que se diga jornalista escrever sem procurar fontes fidedignas e sem fazer o mínimo de pesquisa!

Li os comentários no blog do jornalista em questão deixados pela decana do movimento homossexual, Miriam Martinho, quem admiro por sua inteligência e muitas posições, apesar de gostar do Reinaldo Azevedo. Foram pontuais, mas com honestidade, não consigo acreditar que alguém que seja inteligente o suficiente como Reinaldo Azevedo, que expõe o que escreveu sobre o PLC 122, possa sequer entender o que foi esclarecido pela nossa decana. Salvo melhor juízo, o problema do Reinaldo não é capacidade de entender ou de inteligência. É outro, mais embaixo. Um bom terapeuta deve melhor decifrar.

Esse é o problema de quem se acha, com ego inchado e absurda superestima, se dá um valor além do que realmente possui
. Substitui a reflexão pelo discurso arrogante para uma platéia que o satisfaça.

Para não dizer que não disse de flores, ou seja, que não enfrentei qualquer argumento do sofista em debate, embora realmente isto me canse, vamos falar de algumas questões. Vou tentar ser mais objetivo, para não cansar em demasia a leitura:

“Art. 6º Recusar, negar, impedir, preterir, prejudicar, retardar ou excluir, em qualquer sistema de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional: Pena - reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos.


”Cristãos, muçulmanos, judeus etc têm as suas escolas infantis, por exemplo. Sejamos óbvios, claros, práticos: terão de ignorar o que pensam a respeito da homossexualidade, da “orientação sexual” ou da “identidade de gênero” — e a Constituição lhes assegura a liberdade religiosa — e contratar, por exemplo, alguém que, sendo João, se identifique como Joana? Ou isso ou cana?


Reinaldo Azevedo fala de texto que não prossegue, como já alertado, mas de qualquer forma, não consegue distinguir a prática religioso da seleção educacional, recrutamento ou promoção profssional. Eu posso pertencer ao candomblé, mas se estou na seleção educacional é para educar conforme as regras do Ministério da Educação e não dar opiniões pessoais sobre a sexualidade dos alunos e terceiros, segundo entendimento dos orixás.

Quanto ao recrutamento, se não pode negar o seleção para heterossexuais, porque heterossexuais, da mesma forma não pode negar a mesma seleção para o João que seja Joana, apenas por conta da sua identidade de gênero. Se inadequado ou incompetente, não será recrutado, tanto quanto qualquer heterossexual.

Agora, no que diz respeito ao fato do jornalista não saber o que é orientação sexual ou identidade de gênero, só me resta sugerir rasgar seu diploma e voltar para escola. Quem sabe assim não aprende.

Art. 7º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar acrescida dos seguintes art. 8º-A e 8º-B:“Art. 8º-B Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.


”Pastores, padres, rabinos etc. estariam impedidos de coibir a manifestação de “afetividade”, ainda que os fundamentos de sua religião a condenem. O PL 122 não apenas iguala a orientação sexual a raça como também declara nulos alguns fundamentos religiosos. É o fim da picada! Aliás, dada a redação, estaríamos diante de uma situação interessante: o homossexual reprimido por um pastor, por exemplo, acusaria o religioso de homofobia, e o religioso acusaria o homossexual de discriminação religiosa, já que estaria impedido de dizer o que pensa. Um confronto de idéias e posturas que poderia ser exercido em liberdade acaba na cadeia.

Reinaldo Azevedo cria uma novelinha, rala e ridícula, levando uma vez mais a questão para outro curso, evidente sob o ângulo religioso. O projeto, como claramente se lê, não tem por sujeito passivo “pastores, padres, rabinos e etc”, mas cidadãos. E os ditos religiosos não estão proibidos de coibir a manifestação de afetividade pelos homossexuais, uma vez que em igrejas e templos não são autorizadas demonstrações de afetos mesmo para heterossexuais. Ridículo. Todos sabem que hoje a igreja não obriga mais as mulheres comparecerem de véus, mas ainda não liberou as igrejas para amassos. Da mesma forma que é proibido a prática de nudismo na delegacia ou fazer luta de lama numa sala de cirurgia, não faria sentido qualquer pessoa estar numa igreja para namorar ou fazer carícias pessoais, embora saibamos que alguns pastores e padres se esqueçam disto. Convenhamos, o legislador aqui pensava em locais possíveis como bares, praças, hotéis e etc, onde normalmente a demonstração de afeto é possível, e não uma igreja! Quanta obsessão!

Bastaria Reinaldo Azevedo ler a parte do texto que esclarece ser a proibição (alvo de crime) na hipótese de ser negado ao homossexual o que é permitido aos heterossexuais.

“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero:
§ 5º O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.


”Não há meio-termo: uma simples pregação contra a prática homossexual pode mandar um religioso para a cadeia: crime inafiançável e imprescritível. Se for servidor público, perderá o cargo. Não poderá fazer contratos com órgãos oficiais ou fundações, pagará multa…
Enfim, sua vida estará desgraçada para sempre. Afinal, alguém sempre poderá alegar que um simples sermão o expôs a uma situação “psicologicamente vexatória”. A lei é explícita: um “processo administrativo e penal terá início”, entre outras situações, se houver um simples “comunicado de organizações não governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos.” Não precisa nem ser o “ofendido” a reclamar: basta que uma ONG tome as suas dores.


O interprete jornalista decidiu que não há meio-termo. Avise-o que o mesmo deveria dar aula para todos os juristas do país que ainda não aprenderam isto. Se até para o crime de matar alguém, há na concepção jurisprudencial e doutrinária o que ele intelectualmente chama de “meio-termo” (v.g. legítima defesa), quiçá neste texto. Mas pouco importa o meio-termo.

Obvio que o grande religioso Reinaldo Azevedo, sempre falando sob perspectiva da religião, mais uma vez fala asneira.

Não há sequer aparente conflito de direitos (dignidade da pessoa humana (homofobia) x religioso). Aliás, surpreende que Reinaldo Azevedo afirme que algum padre ou pastor irá preso, pois até onde estes mesmos afirmam, eles não incitam a discriminação ou preconceito, apenas professam seus dogmas é fé.

Estranho é que sobre este dispositivo, que prevê crime para aqueles que incitem e discriminem a religião, Azevedo nada fale e nem cogite – dentro de seu estado de leigo – nem mesmo sobre eventual conflito.

A luz do óbvio, a constituição garante o direito dos religiosos a pregarem seus dogmas, e isto não faz e jamais fará criminoso qualquer um religioso. Dentro da igreja, nas praças, nos seus sermãos, seus dogmas estão protegidos por esta lei e principalmente pela constituição federal. Por obviedade LEGAL (e não por historinha produzida), jamais alguém viu algum pastor ou padre ser preso porque reproduziu texto bíblico que aprovava a escravidão.

Nem mesmo quando a LEI PENAL previu a criminalização do estupro presenciamos algum padre ou pastor ser preso ao ler o trecho da bíblia que afirma “"Se um homem achar moça virgem, que não está desposada, e a pegar, e se deitar com ela, e forem apanhados, então, o homem que se deitou com ela dará ao pai da moça cinquenta siclos de prata; e uma vez que a humilhou lhe será por mulher". Deuteronômio 22, 28-29

Agora, se o padre ou pastor, sugerir que seus fieis façam como descrito inicialmente por Deuteronômio, sem dúvida, PRISÃO PARA ELE. Pois não se confunde pregar os dogmas e até sua concordância aos mesmos com a prática de atos PESSOAIS e, não religiosos, que são contrários a lei vigente.

Todos devem respeitar os dogmas da Testemunha de Jeová, inclusive seu pensamento sobre a transfusão de sangue, mas se uma criança morre por responsabilidade da negativa paterna, não há jeito, responderá criminalmente sofre o fato, independente de ser condenado ou absolvido.

O castigo para trabalhar no sábado é a morte, segundo Êxodo 35,2. Evidente que se um religioso pode se referir a esta passagem e até pregar que não se trabalhe no sábado, agora pregar para que os seus fiéis pratiquem tal violência contra a vida, me parece óbvia sua condenação criminal.


Sei que padres e pastores sabem disto, assim como sei que Reinaldo Azevedo também sabe, portanto, não perderei ainda mais o tempo do leitor, com as esquisitices alheias.

Mas para terminar, Reinaldo Azevedo, sustenta que ninguém precisa de uma “lei” especial para punir aqueles delinqüentes da Paulista. Segundo ele, os agressores não estão fora da cadeia (ou da Fundação Casa) porque são heterossexuais, e sua vítima, homossexual.

De fato, o projeto de lei em debate também não faria a menor diferença para que eles estivessem ou não na cadeia. A questão é outra, tão importante quanto e perpassa por uma pergunta simples: Porque aquele que pratica injúria para um homossexual responde com pena de um até seis meses de detenção e quem pratica injuria contra alguém fundado na religião, raça, etnia, por ser mulher, idoso, deficiente físico etc responde com a pena de 1 até 3 anos de reclusão?

Não se trata de LEI ESPECIAL, meu caro ignorante das leis, mas aplicação dos mesmos princípios que justificam a igualdade de tratamento das demais minorias. Se Reinaldo Azevedo quer lutar contra leis especiais, deveria lutar para mudar esta lei que existe em favor dos religiosos, entre eles, os quais deveriam receber o mesmo tratamento dos homossexuais.

Sugiro mais, já que todo texto foi sempre sob ótica da religião, para condenar qualquer lei estrabicamente chamada de especial em favor dos homossexuais, lute contra todas as verdadeiras LEIS ESPECIAIS existentes que isentam todas as igrejas e templos de pagarem os mesmos impostos que os demais cidadãos e instituições.

Como Reinaldo Azevedo afirmou no mesmo texto: “Eu estou me lixando para o que pensam a meu respeito”, então parece autorizar a dizer o que pensam a seu respeito, sem com isso se atinja a honra desta pessoa que se coloca tão superior. Não passa de só mais um católico bastante preconceituoso, com a diferença deste ser bastante pernóstico!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

INTOLERÂNCIA discutida na TV e PROTESTADA na Avenida Paulista

Foto da Intolerância praticada por religiosos durante a Parada Gay no RJ

Adorei o título dado pelo Fantástico (Rede Globo). Não que homofobia não seja o adequado, mas saindo da questão microscópica temos a INTOLERANCIA como gênero e HOMOFOBIA como espécie.

Bela matéria, já que mesmo para aqueles que tentam justificar a homofobia, mesmo negando o termo, se viram obrigados a se enxergar junto de outras pessoas intolerantes de outras espécies, e, certamente não gostaram do correto lugar que foram postos.

Ninguém gosta de ser comparada a Hitler e nem seus ideais criminosos e Hitler aparece para transcrever com fidedignidade o significado da intolerência.

E o delegado Paulo César Jardim comprova isto: “Um dia, eu fiz uma pergunta pra um dos rapazes ‘mas por que dessa violência ?’ Sabe por quê? Uma barata é uma subespécie, uma sub-raça. Dá mesma forma o negro, o judeu, o homossexual”.

Aqui, tenho que fazer uma pequena observação: PARA NOSSA LEI A DIFERENÇA É QUE A INJURIA PRATICADA CONTRA NEGROS, NORDESTINOS. JUDEUS, RELIGIOSOS, DEFICIENTES FÍSICOS E IDOSOS É QUALIFICADA E O CRIMINOSO RESPONDERÁ COM UMA PENA QUE PODERÁ SER DE 01 ATE 03 ANOS DE RECLUSÃO (artigo 140, § 3º do Código Penal), enquanto se a MESMA CONDUTA INJURIOSA FOR PRATICADA CONTRA HOMOSSEXUAL A PENA NÃO SERÁ DE reclusão, mas DETENÇÃO, e a pena não será de um a três anos, MAS DE 01 A 06 MESES.(artigo 140 do Código Penal), o que significa dizer que se tratando de vítima homossexual, o agressor nem passará pelo Juiz Criminal comum, seu processo correrá pelo Juizado Especial Criminal, enfim, ele paga lá umas cestas básicas e a vítima corre o risco de encontrá-lo no dia seguinte na mesma calçada.

Isto pode ajudar a explicar, porque o jovem que levou o tiro logo após a Parada Gay no Rio de Janeiro pelo militar tenha dito para o Fantástico que “Por mim, eu não teria nem denunciado. Eu só estou fazendo o que eu estou fazendo por causa da minha mãe”. Evidente que no caso dele, o medo de ser perseguido pelos militares criminosos também contribuiu. Ninguém quer denunciar, assistir a impunidade e como retribuição ainda viver com eterno medo. Há notícias que o Governo do RJ, através da atuação do Claudio Nascimento da SUPERDIR, estaria atento e acompanhando o caso, desde o início. É dever do estado, mesmo assim, não deixa de ser um alento.

Nem fez parte da matéria de intolerância, mas não posso deixar de encaixar notícia que tive que me deixou boquiaberto. Erick Boa Hora Debruim e Allan Siqueira de Freitas acusados do violentíssimo assassinato do adolescente Alexandre Thomé Ivo Rajão, de 14 anos, em São Gonçalo, ESTÃO LIVRES desde o final de agosto! Respondem o processo em liberdade! Tendo ciência por várias notícias que foram reiteradamente publicadas pela mídia de toda a violência praticada, desfigurando o rosto do menor, matando-o, como estarão AS TESTEMUNHAS que devem depor contra eles morando no mesmo local? Como você estaria? Eu juro que não consigo entender... Sempre me lembro dos agressores da empregada doméstica, presos durante anos, entretanto, um ASSASSINATO VIOLENTISSIMO, os acusados estão soltos... Um peso e duas medidas!

Voltando a matéria, esta não deixou espaço para dúvida, pois mesmo que o intolerante não consiga se enxergar como Hitler, o questionamento sobre o comportamento de pessoas aparentemente normais, mas que agem com a mesma intolerância foi também denunciada pelo Fantástico.

A entrevista concedida por Alessandro Araújo, professor de filosofia, que sofreu um ataque homofóbico no ano de 2007 me comoveu. Segundo ele, quando o espancamento e sua sexualidade vieram a público, muitos tiveram uma reação inesperada. O professor ficou só. “Ainda me emociono com o caso, você perder a família, perder o emprego, perder os amigos, tudo ao mesmo tempo”, contou com voz embargada.

A intolerância foi referendada a todo instante no programa do Fantástico com as imagens da suposta formação de quadrilha que atacaram os jovens na Avenida Paulista por entenderem que as vítimas se tratavam de homossexuais.

A mesma intolerância é o que constatamos na foto de Cláudio Lemos (acima) quando da realização da última Parada Gay no Rio de Janeiro. Relacionar o sexo gay a AIDS e dizer que os homossexuais merecem o inferno é de uma maldade e preconceito sem limites.

Vale a pena rever o vídeo com a integra da matéria do Fantástico:






Orgulhoso mesmo estou do Movimento Social de São Paulo que fez uma MARAVILHOSA MANIFESTAÇÃO PÚBLICA contra a homofobia desde o MASP até o local que as últimas vítimas sofreram a violência praticada pelo grupo de selvagens, com repercussão em todos os principais sites e jornais.

Não se tratou de uma festa escândalo, com paetês, música bate estaca, gogo boys e coisas do gênero. Foi MARCHA, PROTESTO, INDIGNAÇÃO, DENUNCIA. Os organizadores estão de parabéns por conduzir a manifestação com toda a seriedade e respeito que o caso merece, que se reflete não só para as vítimas, como suas famílias, amigos e toda comunidade LGBT. Irina Bacci e os representantes do Instituto Edson Neris e todos os demais que tenham participado merecem parabéns. De lá saíram requerimentos para todas autoridades públicas responsáveis, devidamente LEGITIMADA por todos os presentes e o número imenso de pessoas e instituições que subscreverem o ato. Que o movimento social de São Paulo, com este resgate de forma de protesto, sirva de exemplo para todos os demais estados.

No Rio de Janeiro também houve uma manifestação, que segundo há informe pela militante Jandira Queiroz, se fez presente de um número aproximado de 30 pessoas, entre os integrantes do Grupo Arco Iris, a Igreja Cristã Contemporânea e muitas autoridades políticas, como Jandira Feghalli, Carlos Minc, pais do rapaz baleado e a família do Alexandre Ivo, e a Claudia Percu, que foi candidata a Dep. Federal pelo RJ e Claudio Nascimento da SUPERDIR.

Não anunciei aqui o manifesto do RJ e evidentemente também não me fiz presente, não que não pudesse ter eventual importância, mas quem acompanha este blog sabe que recebi aqui de inúmeras pessoas, entre elas o Papai Gay, Mário, Eduardo e outros, denúncias que o Grupo organizador havia utilizado o espaço da Cinelândia (que seria de protesto contra a postura dos dois candidatos presidenciáveis frente aos direitos LGBTs) para realizar campanha para o Partido do PT, inclusive, sob justificativa que os carros de som eram cedidos pelo partido. Quem age assim, não faz protesto a sério. Se não é sério, não conte comigo e, certamente, não conte com muitos outros, pois parece que só mesmo meia dúzia compareceu, além de familiares de vítima, várias autoridades e integrantes da engajada Igreja Contemporânea. Enfim, uma lástima. O Rio de Janeiro faz jus a melhores representações LGBTs, sem rabo preso a partidos, eventuais favores e supostos benefícios de cargos e interesses pessoais. De qualquer forma, pelo descreveu a colega Jandira Queiroz, foi um ato sério, esclarecedor e de cobrança, ainda que sem qualquer repercussão.

domingo, 21 de novembro de 2010

Manifestação contra a homofobia dia 21/11 (domingo). Concentração às 15h, no vão livre do MASP


Organizações LGBT repudiam violência homofóbica e realizam ato na avenida Paulista no dia 21 de novembro

CONTRA A HOMOFOBIA, NOSSA LUTA É TODO DIA!

Manifestação contra a homofobia dia 21/11 (domingo). Concentração às 15h, no vão livre do MASP - e caminhada até o local das agressões (próximo à estação Brigadeiro do Metrô).

Entidades e organizações da sociedade civil organizaram abaixo-assinado para manifestar indignação, repúdio e exigir providências aos graves fatos ocorridos na madrugada do dia 14.11.2010, na Avenida Paulista, envolvendo 5 (cinco) jovens adolescentes que agrediram 4 (quatro) vítimas com violência física, e evidente motivação de intolerância homofóbica.

Segundo a imprensa divulgou, os cinco jovens são de classe média, colegas de um colégio particular de um bairro nobre de São Paulo, e foram reconhecidos como responsáveis por três ataques a pessoas que passavam pela região da Avenida Paulista. A polícia investiga se os crimes tiveram motivação homofóbica.

Esta não é a primeira ação violenta de jovens da classe media brasileira, em especial contra pessoas oriundas de grupos discriminados, e usualmente vítimas de intolerância, como os gays, negros, nordestinos, índios etc. Exemplos não nos faltam: morte do índio Galdino, assassinado por jovens ricos e filhos de autoridades públicas de Brasília em 1997; a violência cometida por jovens da Barra da Tijuca, que agrediram fisicamente uma trabalhadora, empregada doméstica, que voltava para casa, e foi confundida com uma “prostituta” (como se para as profissionais do sexo este tratamento violento fosse admitido).

Agora, uma vez mais, no décimo ano da morte por assassinato do adestrador de cães, Edson Neris da Silva, na Praça da República, em 6 de fevereiro de 2000, executado por um grupo delinquente de “skinheads do ABC”, deparamo-nos com este arrastão “chique” no coração econômico da terra cujo povo se autoproclama locomotiva e esteio do Brasil.

Certamente, se o Brasil já tivesse uma legislação que criminalizasse a homofobia, a exemplo de países mais desenvolvidos na defesa e promoção dos direitos humanos, fatos como o ocorrido seriam mais raros, pois a juventude brasileira, em especial a bem educada e privilegiada do ponto de vista econômico, já teria aprendido que homofobia é crime e não pode ser praticada. Mas a inércia e a omissão do Poder Legislativo nos obrigam a continuar lutando para viver com dignidade e exigindo a ação das instituições que devem cumprir e manter a Constituição Federal. As autoridades públicas, Polícia, Poder Judiciário, Ministério Público têm a obrigação de garantir a ordem, a lei e o respeito à Constituição brasileira que, em última instância, proclama como sua razão máxima a garantia dos direitos individuais da pessoa humana.

Sendo assim, o documento tem como objetivo chamar atenção das autoridades públicas e do povo de São Paulo e do Brasil, exigindo e cobrando para que este fato não caia no esquecimento, em vista dos agressores terem posição sócio econômica privilegiada. A justiça brasileira tem a obrigação de ser justa e a polícia e o Ministério Público de cumprirem suas funções.

No mesmo sentido, estão organizando o II ATO ALEXANDRE IVO dia 07/12/2010, a partir das 15 horas, em frente ao novo Forum de São Gonçalo - RJ, no mesmo momento em que ocorrerá a II AUDIÊNCIA do caso, para que não haja impunidade aos assassinos do nosso querido Alexandre, que foi morto e torturado por intolerância, ódio e homofobia. Os "suspostos" assassinos estão respondendo ao processo em liberdade. Não queremos que esse caso também caia no esquecimento da população brasileira.HOMOFOBIA MATA! Pela Criminalização da HOMOFOBIA!

sábado, 20 de novembro de 2010

Todos são iguais perante a Lei, mas não para a Justiça: uns têm direitos, outros não; uns agridem, outros apanham; uns ficam soltos e outros presos.



Os cinco agressores foram soltos pela JUSTIÇA e agora podem pegar novas lâmpadas fluorescentes e atacarem qualquer outro homossexual.

Edio Dalla Torre Junior, advogado de Jonathan Lautan Domingues (o instruto de jiu-jtsu, único maior de idade), teve a audácia de desafiar a inteligência de todos os telespectadores que assistiam ao Jornal Nacional com o argumento desprezível que o vídeo que revelava o flagrante do crime cometido não mostrava seu cliente agredindo ninguém. Não, quando ele vai se dirigir para agredir, infelizmente, a câmera é fixa e não o acompanha. Mas a câmera fez muito mais, mostrou que SEU CLIENTE era quem estava ao lado do adolescente marginal que bateu com as lâmpadas a vítima e fez isto imediatamente após seu cliente criminal falar algo com ele, assim como que foi o seu cliente de camisa branca, o que parou para dar guarida ao seu comparsa para agredir. Fez mais, quando viu a vítima finalmente tentar se defender, o cliente deste advogado levantou a parte da bermuda para se digirir contra a vítima utilizando algum golpe com a perna. Em seguida, é exatamente o cliente deste advogado que, calmamente com o outro agressor inicial, comemora a selvageria praticada!

Confesso que cheguei a ficar constrangido por este advogado, pois imediatamente a sua fala, o Jornal Nacional colocou o segurança Rafael Fernandes desmentindo-o. Seco e direto. Agrediu sim, afirmou o segurança. E acrescentou ainda a testemunha que o agressor lhe disse que era porque se tratava de um homossexual.

Como será que o Ministério Público, que deu parecer favorável a liberdade deste selvagem, se sentiu ao assistir o vídeo e reportagens?

Sempre lembro, porque não é muito divulgado, além das agressões aos três jovens por motivação homofóbica, os cinco jovens suspeitos também foram acusados de roubar um lavador de carros na região da Avenida Paulista no último domingo.

E a Juíza da 4ª. Vara Criminal do Fórum da Barra Funda que concedeu a liberdade?!

Deixou em liberdade um indivíduo que pode voltar agredir qualquer outro homossexual ou até uma das vítimas, quiçá as testemunhas do caso! E o número de vítimas e testemunhas é grande, pois os meliantes não se intimidaram de fazer várias vítimas!

Eu não me sentiria seguro se estivesse em São Paulo e soubesse que a Justiça local livra imediatamente bandidos homofóbicos que atacam vários homossexuais na principal avenida do estado, às claras, na frente de qualquer um, sem qualquer medo, comemoram ao final e que ainda sabem que serão soltos imediatamente pela justiça! A sensação de impunidade para eles, que serve de modelo para outros homofóbicos deve ser imensa, assim como deve ser, na mesma proporção, a sensação de perigo para todos os homossexuais paulistas!

Não consegui localizar os nomes do Promotor de Justiça e da Juíza ou Juiz da 4ª. Vara Criminal do Fórum da Barra Funda que funcionaram no habeas corpus que soltou o agressor. Até onde pude apurar pela internet, parece que a Juíza Marcia Tessitore é responsável por este juízo (não tenho certeza), pois também parece que existem dois juizes auxiliares, Drs Carlos Eduardo Lora Franco e Lilian Lage Humes nomeados para o mesmo Juízo Criminal. Se foi a Dra. Marcia Tessitore que soltou o rapaz me causará espanto ainda maior, pois foi esta mesma juíza a responsável pelo caso daquela artista plástica que em 2009 fez uma Pichação na Bienal e ficou presa mais de 50 dias, sem conseguir a liberdade!!! Se realmente for ela a Juíza do caso deste violento agressor, teremos que entender que espancar homossexuais não é tão grave quanto pichar a Bienal!

Já o Promotor de Justiça que acompanha o caso dos menores, Tales de Oliveira, parece ter se situado, pois após as vítimas afirmarem que não eram homossexuais, o mesmo declarou que “O fato de as vítimas dizerem que não são gays não importa para o processo. A apuração é que elas teriam sido agredidas por serem confundidas com gays. A motivação do ataque seria por homofobia. E isso será apurado”.

Segundo ele, a promotoria requisitou as imagens para juntar ao processo e verificar o que será feito em relação aos quatro menores. “O processo está em andamento, é juntar provas dos fatos para aguardar a sentença. Depois vai verificar que providência será tomada. A única coisa que pode acontecer diferente é o pedido de internação para os adolescentes. A promotoria vai analisar se vai pedir a internação mediante imagens. Essas imagens podem levar os meninos à internação, pode mudar o quadro probatório”, disse Tales de Oliveira.

Cada notícia que aparece só me faz deixar mais perplexo. Não me espantaria se o próximo argumento dos advogados a ser acolhido pela justiça fosse que a culpa eram das lâmpadas fluorescentes!


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Câmeras de segurança de um prédio na Avenida Paulista registraram o momento que os jovens foram agredidos no domingo



Muito interessante este vídeo.

As vítimas homossexuais andavam pela Av. Paulista conversando entre eles. Apesar de não gostar de me referir a estereótipos, vê-se, claramente, até pelas calças bem justas da principal vítima, e uma certa delicadeza dos demais que eram visivelmente homossexuais.

A quadrilha formada pelos adolescentes caminhava em sentido contrário, sendo que um destes marginais, já desde longe, trazia consigo duas lâmpadas fluorescentes, ou seja, já era clara sua intenção de usá-las, apenas aguardava aparecer uma vítima e a vítima havia sido escolhida desde o momento que foram avistadas pelo grupo homofóbico.

Segundo antes da agressão, todos os membros da pretensa quadrilha olharam em conjunto para o componente mais abusado que segurava a lâmpada, como se ali já fosse esperada a ação, e em ato imediato, este se separa e vai direto ao encontro da vítima e manda na cara do mesmo a lâmpada. A vítima para, ainda assustada com ataque, e o covarde não perde tempo, desfere outro golpe com a segunda lâmpada, quando, então, finalmente a vítima reage para se defender dos dois ataques.

A câmera consegue mostrar apenas um dos amigos daquele marginalzinho que teve a iniciativa, e vê-se que o mesmo estava acobertando o principal, apenas aguardando para ver existiria alguma reação, e constatando que teve, puxou parte da perna de sua bermuda para atacar a vítima, a partir de algum golpe com as pernas.

Os dois outros gays que acompanhavam a vítima, se acorvadaram, pois foram surpreendidos e também não possuíam o mesmo instinto de seus agressores. Um destes teria dito em entrevista que "Eles passaram por nós, depois se viraram, chamaram o L. e atacaram com uma lâmpada fluorescente no rosto". Acrecentando, "Eu e mais um colega ficamos em choque, não pudemos fazer nada. Tudo durou menos de dois minutos.", disse.

A partir daí a câmera não capta mais a cena das agressões covardes que todo grupo faz ao jovem agredido, mas se vê os seguranças do shopping saindo em socorro ao constatarem a grande covardia praticada por todo o grupo de selvagens.



Os garotos que golpearam o rapaz homossexual deveriam estar presos e serem adestrados a conviver em sociedade, mas não posso estranhar o comportamento agressivo e anti-social destes moleques após ler alguns comentários de seus pais expostos no jornal ‘O Estado de S.Paulo’.

“O diretor de teatro Marcelo Costa, pai de um dos menores de 16 anos acusado de agressão, defende que o filho e os amigos participaram de "uma briga como outra qualquer" e nega ter havido atitude homofóbica. "Ele participou de um confusão. Acho que ele errou, sim, em se meter em briga. Mas não foi como estão falando", afirmou.

Segundo Costa, os jovens estavam chorando quando ele os encontrou na carceragem da delegacia, na manhã de ontem. "Quando entrei, meu filho me perguntou: "Pai, eu ia apanhar?"." Costa diz que o filho mora com a mãe na Bela Vista. Segundo ele, o garoto - que estuda em escola pública - nunca teria se envolvido em confusões.

O pai de outro menor, de 17 anos, alega que nem familiares nem advogados dos acusados viram os agredidos. "As supostas vítimas vieram pela manhã, falaram com a polícia sem a presença de um advogado do nosso grupo. E essa é a versão final", disse.

O advogado Alexandre Dias Afonso alega que os jovens teriam sido "assediados". "Parece que foi uma cantada um pouco agressiva. Mas nada que caracteriza roubo foi apresentado."

O pai de Jonathan, único maior preso, admitiu que o filho tem pavio curto. "É um menino muito bonito e foi assediado por homossexuais. Ele pediu para parar, eles não pararam. Aí, virou briga", disse Eliezer Domingues Lima”.

E agora senhores papais, diante do vídeo, o que dizem?

Os jovens sofreram assédio agressivo? Foi uma briga como outra qualquer?!

Detalhe importantíssimo.

Este vídeo é da SEGUNDA AGRESSÃO praticada pelos selvagens no mesmo dia, na mesma Avenida Paulista, pois pouco antes já haviam espancado outra vítima.

Em outro vídeo, volta a mostrar um dos seguranças que ajudou a parar o segundo ataque, esclarecendo de forma inquestionável que os selvagens lhe disseram que atacaram a segunda vítima pelo fato do mesmo ser homossexual.

Mas também neste mesmo vídeo, mostra que não era à toa que a quadrilha já preparava ardilmente nova tocaia para atacar de surpresa e covardemente o gay que aparecesse, pois mesmo antes já haviam feito outra vítima, na mesma rua, sem qualquer receio.

Há registros, inclusive, que uma outra vítima da quadrilha os identificou ao chegaram na delegacia de policia, pois estava fazendo sia ocorrência policial pelo dito ataque e roubo sofrido pela mesma quadrilha.

Quero entender como podem estar solto? Porque foram soltos no dia seguinte?

Não gostaria de ser homossexual e morar em São Paulo sabendo que esse grupinho está solto, pronto para espancarem homossexuais, conscientes que se fizerem isto não haverá qualquer problema, pois serão imediatamente liberados para continuarem a agredir outros homossexuais.

Povo de São Paulo não deixe de comparecer ao e Ato de Protesto, promovido pelo Instituto Edson Neris, contra as agressões homofóbicas no último final de semana, em São Paulo e no Rio de Janeiro que ocorrerá no próximo domingo, dia 21.11.2010, concentração às 15:00hs no vão do MASP - na Avenida Paulista, em São Paulo, divulgue!

Para a "JUSTIÇA" de São Paulo só me resta cantar a estrofe da música “Geni e o Zepelin” de Chico Buarque de Holanda:


"Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni
"

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sem opção, militar confessa que atirou no homossexual após a Parada Gay do RJ

Como serão os rostos dos Terceiros Sargentos do Exército, Ivanildo Ulisses Gervasio e Jonathan Fernandes da Silva, que praticaram a bárbarie homofóbica no estudante do Rio de Janeiro?

A vítima, um estudante homossexual, não pretendia sequer dar continuidade e ajudar a investigação sobre o criminoso que lhe disse que o homossexual era uma raça desgraçada e lhe deu um tiro. Mesmo com medo, a mãe do rapaz não deixou o filho se omitir e insistiu que o mesmo fosse fazer o reconhecimento.

Os militares primeiro negaram a existência de um tiro no local, os organizadores da Parada Gay do Rio de Janeiro se silenciaram sobre o fato, mas o estardalhaço criado pela imprensa não deixou o caso ser desconsiderado.

Sem escolha, após exame das armas e o anúncio que o estudante homossexual faria o reconhecimento de todos os militares de plantão no dia, o militar homofóbico que disparou o tiro não teve escolha. Confessou o crime.

No G1 do site Globo foi anunciado:

"O Exército prendeu nesta quinta-feira (18) dois militares suspeitos de envolvimento no episódio em que um estudante de 19 anos foi ferido na barriga após a Parada Gay, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no último domingo (14). A instituição confirmou as prisões em nota à imprensa.

"O militar que atirou no estudante admitiu o crime e contou os detalhes sobre sua ótica. Não há dúvidas quanto à atitude homofóbica dos militares", disse o delegado. Segundo Veloso, eles teriam dito que saíram do Forte à revelia dos seus superiores com o objetivo de fazer com que as pessoas que estavam no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, deixassem o local.

"De acordo com o delegado Fernando Veloso, da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado, o Exército realizou uma perícia nos militares que estavam em serviço naquela noite para saber se algum deles havia efetuado disparos com armas de fogo e os identificou. A instituição chegou a negar o envolvimento de militares, porque o responsável pelo tiro teria reposto a munição de sua arma, dificultando a perícia inicial.

Às 15h, o delegado pretende levar a vítima e as testemunhas do crime ao Forte de Copacabana para que eles façam o reconhecimento formal dos militares.

Na ocasião, os acusados, que já foram ouvidos no Inquérito Policial Militar, serão ouvidos oficialmente pela Polícia Civil.

Segundo Veloso, os militares vão responder na Justiça comum e na Militar. De acordo com o delegado, eles devem responder pelo crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (sem dar chance a vítima)".

Em tempo:

O autor do disparo foi descoberto com a ajuda de um exame balístico realizado pelo Exército, que apontou que a arma em posse do militar havia sido utilizada. Segundo a polícia, Ivanildo Ulisses Gervasio e Jonathan Fernandes da Silva, que têm a patente de 3º sargento do Exército, alegaram terem sido "desafiados" pelo estudante. O delegado pretende agora que a vítima reconheça os agressores. "Eles vão ser colocados junto com outros militares de aparência semelhante e a gente vai fazer a identificação direta. De qualquer forma, o autor dos disparos já admitiu que foi ele", afirmou.

Você acha que a homofobia não existe?


O termo homofobia incomoda muita gente e a primeira defesa é que a mesma é imprópria, porque fobia diria respeito exclusivamente ao ÓDIO, entretanto, estas pessoas se esquecem que a lingua é viva e como conceituado no Houaiss, a "fobia" se trata da "falta de tolerância; aversão".

Os homossexuais não têm dúvida, mas ainda há aqueles que afirmam que o termo homofobia é um exagero transloucado e até mesmo há os que se defendem afirmando que nada possuem contra, falam ser contra a violência, e outros, se atrevem a dizer que amam os homossexuais, mas apesar das palavras politicamente corretas agem firmemente para que nenhuma lei seja aprovada para punir especificamente esta agressão, perpetuando a gritante violência. Estes são os piores e estão com suas mãos sujas de sangue inocente!

Se for para escolher entre o ruim e péssimo, prefiro aqueles que não se mascaram e assumem a sua homofobia. E há os que não têm a menor vergonha de ser homofóbico. Pelo menos sabemos com quem realmente estamos lidando, mas não deixa de ser REPUGNANTE.

Está é a realidade.

Assista este vídeo do Youtube abaixo, são só palavras escritas no Twitter. Assusta, mas revela numa mínima mostragem o que os LGBTs passam!




quarta-feira, 17 de novembro de 2010

PORQUE TRATAMENTO DIFERENTE?

JONATHAN LAUTON DOMINGUES, 19 anos, é um dos homofóbicos de SP, morador da Vila Mariana, instrutor de Jiu-Jítsu, na academia Ryan Gracie Team, localizada no bairro onde mora, na modalidade MMA (Artes Marciais Mistas).

O rapaz de São Paulo que foi preso por namorar no cinema outro adolescente teve sua imagem largamente divulgada através de fotos e inúmeros vídeos em todas as redes de televisão e sociais.

O grupo selvagem de São Paulo que na Avenida Paulista atacaram inúmeras pessoas com socos e lâmpadas, a ponto de levar para o hospital a vítima por lesão corporal grave e seguranças afirmarem que se não tivessem intervindo algo muito mais grave ocorreria não tiveram em nenhum momento divulgadas suas fotos e nem mesmo qualquer vídeo ou reportagem mostrando seus rostos, apesar de um deles ser maior.

Os rapazes que atacaram no bairro da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, a empregada doméstica Sirley, onde a mesma teve lesão corporal no braço, além de ter sustentado que levaram sua bolsa, foram presos, trancafiados e largamente enxovalhados pela imprensa nacional. Fotos, prisão e PRESOS IMEDIATAMENTE E TRANCAFIADOS POR ANOS, com condenação grave para todos.

Os rapazes que atacaram na Avenida Paulista VÁRIOS homossexuais praticaram violentamente lesão corporal grave (visivelmente comprovada pelas fotos nos jornais), aliás, muito mais que o braço daquela ÚNICA PESSOA, em comparação a empregada doméstica antes citada, e da mesma forma que ocorreu com esta, tem-se notícias que aqueles também supostamente subtraíram pertences de uma das vítimas que os reconheceu, foram SOLTOS NO DIA SEGUINTE.

Não entro em questão se a prisão resolve o problema para indivíduos tão jovens num sistema carcerário sabidamente decadente, mas O QUE SALTA AOS OLHOS é o imenso tratamento diferenciado, em casos de repercussão, quando o acusado ou vítima se trata de indivíduo homossexual.

O acusado homossexual tem sua vida dilacerada, é preso, tem fotos e vídeos para arrasar sua vida, mesmo que seja por um mero namoro no cinema.

A resposta ao drama da vítima homossexual de homofobia é ver absolutamente protegida a imagem, sem fotos, sem vídeos, sem indicação dos nomes dos pretensos CRIMINOSOS homofóbicos.

Se o crime tem clamor público, como o caso da agressão sofrida pela empregada doméstica na Barra da Tijuca, os criminosos que sequer haviam sido presos em flagrante, são caçados, jogados na cadeia e ficam lá durante ANOS, com fotos e bastante divulgação.

Se o crime tem clamor público, como o caso das vítimas da homofobia de São Paulo, mesmo tendo a quadrilha sido presa em flagrante delito, são soltas NO DIA SEGUINTE, sem fotos, sem vídeos ou qualquer divulgação de seus nomes e rostos.

Se aqueles garotos da Barra saíram para zoar e agrediram a empregada doméstica mereciam prisão, porque os garotos de São Paulo que saíram para praticar homofobia e agrediram INUMERAS PESSOAS gravemente, foram liberados?

O PERIGO dos garotos da Barra que atacaram UMA PESSOA me parece bem menos grave que os garotos de São Paulo que atacaram INUMERAS PESSOAS. Se a prisão preventiva daqueles era para proteger a sociedade de novas práticas delituosas e só uma havia sido efeivamente agredida, porque então é menos perigoso para a sociedade a quadrilha de São Paulo que praticaram crime de ÓDIO em várias pessoas? O estado então não se preocupa que eles venham continuar a praticar violência de homofobia contra homossexuais?

A pergunta é, mesmo considerando que a prisão não é a melhor solução: PORQUE O TRATAMENTO DIFERENCIADO?

Ao menos conseguimos, através do site do Jornal Flit Paralisante algumas notícias e referência dos agressores, entre eles o maior agressor, que se chama JONATHAN LAUTON DOMINGUES, 19 anos, apresentado na foto inicial desta postagem. JONATHAN é morador da Vila Mariana, instrutor de Jiu-Jítsu, na academia Ryan Gracie Team, localizada no bairro onde mora, na modalidade MMA (Artes Marciais Mistas), na tradução do inglês.
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