O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dia 28 de junho, o dia do início da luta por direitos a partir da revolta no bar Stonewall


Hoje quero voltar a falar um pouco mais de Stonewall. A data faz por merecer. Para tanto, irei me valer daquilo que já foi postado aqui no ano anterior e no blog "Stonewall Brasil", já que conta com precisão sua história.

Para tanto, irei me valer daquilo que foi postado no blog "Stonewall Brasil", já que conta com precisão sua história.
"A cada ano, todo o mês de junho vê a celebração, em paradas e eventos ao redor do mundo, do Orgulho Gay। O início de toda essa história está lá em 1969, em Nova York, mais precisamente no bar Stonewall. Este bar se tornou o centro nervoso do que conhecemos hoje como movimento gay. Foi o marco zero da luta dos homossexuais por direitos civis e liberdade individual.

Antes dos anos 60, havia uma tímida legislação que mal conseguia amparar gays e lésbicas। Para piorar, vivia-se uma das épocas mais intolerantes e opressoras, com o advento, por exemplo, da 'caça às bruxas' imposto pelo governo americano, que perseguia comunistas। Por falta de critérios claros, passou-se a usar o pretexto político para atacar quaisquer setores da sociedade que não 'se enquadravam'. Gays incluídos. Com a chegada da loucura hippie dos anos 60 e toda aquela efervescência cultural e política, os caminhos estavam abertos para o início do movimento gay.
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Durante o funcionamento do bar, desde a sua abertura, a polícia de Nova York dava constantes batidas no local com a intenção de extorquir os freqüentadores। Aos gritos, adentravam o bar, faziam revistas não-autorizadas e efetuavam prisões de maneira leviana e aleatória, sem critérios claros ou outras explicações.
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Porém, no dia 28 de junho de 1969, cansados da extorsão e da humilhação a que vinham sendo submetidos, as cerca de 400 pessoas que estavam lá naquela noite resolveram enfrentar a polícia com pedras, socos e o que mais estivesse ao alcance. A notícia se espalhou pelo país rapidamente (com cobertura dos principais jornais nova-iorquinos), e mais confrontos aconteceram nos dias seguintes, com cada vez mais gente aderindo à causa a favor dos gays.
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De acordo com site MixBrasil, o importante jornal local Village Voice descreveu assim a cena da rebelião: "De repente, o camburão chegou e o clima esquentou. Três das mais descaradas travestis foram empurradas para dentro da viatura, junto com o barman e um outro funcionário, sob um coro de vaias da multidão. Alguém gritou conclamando o povo a virar o camburão. Nisso, saía do bar uma lésbica, que começou uma briga com os policiais. Foi nesse momento que a rebelião começou. Latas e garrafas de cerveja começaram a ser atiradas em direção aos policiais..."
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Após prisões, confusões e protestos, o Stonewall Inn (Christopher Street, 51 e 53) se tornou um lugar mítico e o principal pilar da luta dos gays contra a repressão e o preconceito. A chama se espalhou e logo em seguida outras cidades americanas e o mundo estariam se juntando à causa (São Paulo tem hoje a maior parada gay do mundo), celebrando a data e os acontecimentos do dia. A militância gay começava ali, coincidenemente no mesmo dia da morte de Judy Garland, estrela de "O Mágico de Oz" e ícone gay da época.
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O principal legado do evento Stonewall foi despir os gays da vergonha que sentiam e unir a comunidade gay em torno de um único objetivo: a luta contra a discriminação e a favor de direitos iguais. No ano seguinte, a primeira passeata gay foi organizada e cerca de 5 mil pessoas compareceram. Desde então este número só faz crescer. Hoje o bar ocupa uma parte de seu local original e é um ponto turístico de Nova York, preferido do público gay local e dos turistas."
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Quarenta e um anos de luta pelos nossos direitos se passaram, mudamos de século e, apesar de hoje o Brasil possuir as maiores Paradas Gays do Mundo e até uma Frente Parlamentar da Diversidade Sexual, ainda não temos NENHUMA LEI FEDERAL que reconheça nossos direitos de cidadão, garanta a nossa dignidade e a dita igualdade.Todos os projetos de leis existentes, junto ao Congresso Nacional, que cuidam dos interesses LGBTs estão absolutamente parados ou sofrem toda sorte de retaliação por fundamentalistas religiosos que se negam a reconhecer que o Estado é laico, ou pelo menos deveria ser!
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NENHUM DIREITO reconhecido por lei!
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Vivemos a sorte de decisões judiciais de nossos Tribunais, que diante do vazio da lei, tentam suprir omissões. Infelizmente, muitos não têm “sorte”.
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O descaso do Poder Legislativo é um dos maiores responsáveis pelo alarmante índice de assassinatos homofóbicos, muitos deles de brutalidade inenarrável. Negros, índios, estrangeiros, velhos, crianças, mulheres, religiões, animais e plantas, entre outros, mereceram a específica e severa proteção da lei. Homossexuais não!
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Há uma semana atrás, morreu um jovem de apenas 14 anos de idade, Alexandre Ivo. O motivo: homofobia!
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Neste universo discriminado sou mais um que trabalha e produz, que paga todos os impostos como qualquer outro cidadão. Apesar de ter constituido uma família com meu parceiro há 18 anos, publicamente sabida, pela lei, não somos um casal, não temos os mesmos direitos reconhecidos a um casal. Desejam, de forma indecente, que sejamos reconhecidos tal qual uma sociedade empresarial. Esta é a realidade dos LGBTs brasileiros. Vivemos como marcados por um triângulo rosa que nos confere tratamento diferenciado - de subcidadãos -.Quarenta e um anos depois, o mundo melhor, além do arco-íris, para nós continua sendo um sonho do “Mágico de Oz” e o Stonewall uma necessidade atual.
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O Stonewaal somos eu, você e eles. Stonewall somos todos nós. Depende somente de nós para fazermos o Stonewall brasileiro acontecer!


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