O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

História e Fotos do Corcovado antes do Cristo Redentor

.

O morro Pináculo da Tentação

Os portugueses batizaram o morro de Pináculo da Tentação, depois o rebatizaram de Corcovado e em 1859 o padre Pedro Maria Boss chegou, se deparou com a beleza da vista do Corcovado e pediu recursos à Princesa Isabel, para erguer um monumento religioso. A princesa não concordou e o nascimento da estátua teve que ser adiado.

Uma viagem por mais de um século de história
A Estrada de Ferro do Corcovado foi a primeira ferrovia eletrificada do Brasil. Inaugurada no dia 9 de outubro em 1884, é mais antiga do que o próprio monumento do Cristo Redentor. Aliás, foi o trem que, durante quatro anos consecutivos, transportou as peças do Cristo.


A Estrada de Ferro do Corcovado foi Inaugurada por D. Pedro II, como a primeira ferrovia eletrificada do Brasil. O caminho que leva à estátua do Cristo Redentor nasceu da paixão do imperador D. Pedro II pela paisagem local. A implantação da Estrada de Ferro do Corcovado foi iniciada em 1882. Dois anos depois, o trecho entre o Cosme Velho e as Paineiras foi inaugurado, com a presença da família imperial. O trem, na época a vapor, foi considerado uma modernidade idealizada pelos engenheiros Francisco Pereira Passos e João Teixeira Soares por percorrer 3.829 metros de linha férrea, em terreno totalmente íngreme.

Um detalhe importante: o sistema de tração através de cremalheiras, catracas que impedem o trem de escorregar na subida mesmo que seja obrigado a parar, é utilizado desde da fundação da estrada.Em 1885, é inaugurado o trecho entre as Paineiras e o Corcovado, completando assim a extensão total da Estrada de Ferro. Em 1910 foi substituído o vapor pela eletricidade, devido a questões econômicas e ambientais. Dois anos depois, foi inaugurada a primeira estrada de ferro eletrificada da América do Sul, a Estrada Cosme Velho-Corcovado. Em 1979, os pioneiros vagões, em madeira, foram aposentados.

Hoje, para aumentar ainda mais a segurança da viagem, a estrada de ferro usa o sistema Riggenbach, onde uma terceira roda funciona como cremalheira movendo o trem.

Em 1910, os trens a vapor foram substituídos por máquinas elétricas e mais recentemente, em 1979, quando a Esfeco assumiu o controle da ferrovia, foram trazidos da suíça modelos mais modernos e seguros.



Um belvedere no Corcovado
Antes da estátua, assim era o alto do Corcovado
: um belvedere.



Chamavam este pavilhão de Chapéu do Sol. Lá esteve desde 1922 até 1931, quando inauguraram a estátua. Em 1922 de lá foi feita a primeira transmissão de radio difusão do Rio, para ouvintes na Exposição do Centenário.

fonte: http://rioquemoranomar.blogspot.com/search/label/corcovado

A idéia da construção do monumento
A idéia da construção do monumento voltou à tona em 1921, para marcar a comemoração do Centenário da Independência do Brasil, no ano seguinte. A intenção inicial era fazer um monumento, em bronze, representando Jesus Cristo abençoando o Brasil, do alto do Pão de Açúcar, que disputava com o Corcovado, o e o Morro de Santo Antônio. Venceu a opção pelo Corcovado, o maior dos pedestais e a pedra fundamental foi lançada no dia 4 de abril de 1922. Quatro anos depois, as obras foram iniciadas.Através de um concurso, o engenheiro Heitor da Silva Costa tornou-se o responsável pelo projeto de construção do monumento. Para executar a maquete definitiva da estátua e estudar problemas de construção e de base, Heitor foi para a Europa, onde escolheu o arquiteto Paul Landowsky para desenvolver o projeto. Foi organizada, então, a Semana do Monumento - uma campanha para recolher contribuições dos católicos.

A concepção do monumento

Heitor da Silva Costa fez questão de frisar que todos os grandes monumentos, em linhas gerais, devem obedecer a critérios absolutamente arquitetônicos, e que o nosso Cristo é uma estátua deste gênero. E explicou que uma massa de tal natureza tinha necessariamente de ser tratada diferentemente das esculturas ordinárias, sendo absolutamente falso e inadequado dar-se a uma obra com aquelas dimensões colossais o mesmo tratamento dado a uma pequena estatueta.
.
Antes mesmo que se pudesse chegar à imagem de um Cristo Redentor, com a forma e as dimensões com que ele foi finalmente concebido, foi necessário que antes se erguesse sobre o Pico do Corcovado uma grande cruz com 30 metros de altura, que foi cuidadosamente observada a partir de diversos pontos da cidade durante vários meses. Nessa fase preliminar, não se encontrando aparelhos com a precisão necessária para calcular todas as variáveis envolvidas na obra, tornou-se necessário o emprego da quadriculação, uma técnica que os obrigou a determinar a posição de cerca de 163 mil pontos para executar os perfis da obra com grandes extensões.
.
A partir daí, de simplificação em simplificação, foi concebido um pedestal com oito metros de altura, sobre o qual iria repousar a estátua de 30 metros, cujos braços, horizontalmente abertos, formariam com o corpo ereto uma gigantesca cruz, imagem perfeita da simplicidade, da simetria e da espiritualidade. E para que essa cruz pudesse ter vida, ele explicou, ela iria esposar a forma de um homem e de um Deus, do divino personagem da redenção. E para que pudesse ter alma, seria modelada com a face ligeiramente voltada para baixo e para a esquerda, o que a tornaria visível para os que vivem na cidade e por aqueles que chegam à terra carioca. Assim, o monumento perderia a rigidez que a distância aparentemente lhe emprestaria, contemplando carinhosamente a todos que dele se acercassem, envolvendo-os com um largo e divinal abraço. A expressão suave do seu rosto, a túnica e o manto largamente tratados e estilizados iriam emprestar à estátua uma expressão de imponente serenidade.

Paul Landowsky, o estatuário
Continuando sua exposição, Silva Costa contou que o projeto o obrigou a viajar inúmeras vezes à Europa, “para estudar a feitura e a situação das grandes estátuas que lá têm sido erguidas”. Silva Costa confessou ter sempre encontrado uma desarmonia chocante entre os monumentos em si e o ambiente onde eles estavam inseridos, nas proximidades de casas, árvores ou elementos topográficos, o que os tornava desproporcionalmente grandes - a própria Estátua da Liberdade não escapa a esta apreciação, pois se projeta sobre o fundo das grandes edificações da cidade de Nova York. “Já o nosso Cristo Redentor” - adiantou Silva Costa na ocasião - “vai se achar numa situação completamente diferente, pois na plataforma do Corcovado não há nenhum arvoredo, nem tampouco edifícios para desproporcioná-lo. E como esse pico se destaca da cadeia de montanhas do Maciço da Tijuca, a sua projeção se fará permanentemente sobre o imenso firmamento, que o acolherá harmoniosamente no seu infinito azul”. Em Paris, o brasileiro encontrou no estatuário Paul Landowsky “o artista incomparável, que soube dar tão perfeito desempenho à parte da escultura do monumento”.

Informou ainda que várias maquetes tinham sido executadas e, embora não fossem alteradas as grandes linhas gerais do projeto, cada modelo maior que ia surgindo exigia modificações, como se uma nova estátua estivesse se apresentando. “Tive que acompanhar de perto a evolução da obra, a fim de verificar até que ponto essas alterações interessavam à estrutura interna previamente estudada”, ele contou. Ou seja: todo o trabalho foi o resultado de uma perfeita colaboração entre todos os técnicos e artistas envolvidos, já que os cálculos e o estudo de resistência dos materiais, por exemplo, intervieram a cada momento no desenho do monumento para garantir sua estabilidade. “É bem claro que se a figura do Cristo tinha de ser modelada por um estatuário, e que se suas grandes linhas pertencem ao domínio da arquitetura, sua construção e estabilidade entram no campo da atividade do engenheiro. Portanto, se é grande a responsabilidade do estatuário, menor não é, sem dúvida, a do arquiteto e a do engenheiro”, explicou Silva Costa no Hotel Glória.

Dificuldades e desafios
Silva Costa prosseguiu reconhecendo que a construção de um monumento de tal grandeza encerrava em si dificuldades de toda ordem. “Tudo é difícil naquele pico”, afirmou. “Máquinas, ferramentas e materiais precisam ser continuamente içados, e a própria água é elevada a uma altura de 300 metros. A construção de nenhuma outra estátua ofereceu tantos desafios”. Sim, não se pode contestar que o Cristo Redentor se trata de uma construção ousada, tanto pela forma do monumento como pelo local que o abriga. “Para a execução dos braços, sem dúvida a parte mais difícil, não iremos dispor de solo firme para apoiar os andaimes. Como a base do Pico do Corcovado tem apenas 15 metros de largura, metade da extensão necessária para se alcançar a ponta dos dedos da estátua, teremos que trabalhar sobre um precipício de 700 metros”, revelou o engenheiro à platéia. Heitor da Silva Costa concluiu sua exposição afirmando que a imponência e a ternura daquele monumento em construção poderiam em breve ser contempladas e admiradas desde o mar - emocionando os visitantes que chegassem à terra carioca em seus navios - até muitos outros pontos da bela cidade do Rio de Janeiro. E, principalmente, por todos aqueles que – desde a inauguração do monumento – passariam a se acercar “da coroa mais fúlgida da nossa Guanabara e do nosso Brasil”.

Fim das dúvidas
A ata dessa memorável reunião, depositada para sempre nos anais do Rotary, constitui-se numa prova incontestável de que o engenheiro Heitor da Silva Costa foi o verdadeiro construtor do Cristo Redentor. Nada mais precisaria ser dito, até porque a exposição foi feita num fórum privilegiado, do qual participou a elite cultural brasileira da época.

Cumpre ainda enfatizar que os brasileiros jamais deixaram de reconhecer o mérito dos que vieram de além-mar enriquecer a nossa terra com a sua arte. Que o digam Debret, Grandjean de Montigny, Marc Ferrer e o próprio Alfredo Agache, este último presente à referida reunião, e mesmo os que vieram muito antes, como Nassau, Eckhout e Franz Post. E por que deixariam de fazer o mesmo com Paul Landowsky?

Sim, Landowsky foi o “incomparável escultor” do nosso Cristo, e sem ele a imagem não teria provavelmente a serenidade e o encanto que ostenta. Mas é bom lembrar que “se é grande a responsabilidade do estatuário, menor não é, sem dúvida, a do arquiteto e a do engenheiro”.
texto transcrito parcialmente da Revista Brasil Rotario de Janeiro de 2004 de autoria de Fernando Reis de Souza.
( www2.brasil-rotario.com.br/revista/materias/rev979/e979_p... )

engenheiro Heitor da Silva Costa
Em 1928, uma comissão de técnicos examinou estudos, projetos e orçamentos. A armação metálica foi substituída por uma estrutura de cimento armado, e a imagem assumiu a forma de uma cruz. Vários materiais foram cogitados para o revestimento da estátua, mas por fim foi escolhida a pedra-sabão, que embora seja um material fraco é extremamente resistente ao tempo e não deforma nem racha com as variações de temperatura.

Em 1931 não se falava outra coisa na cidade e o monumento do Cristo Redentor foi, enfim, inaugurado no dia 12 de outubro de 1931, no alto do Morro do Corcovado. O evento de inauguração teve a presença do cardeal Dom Sebastião Leme, que disse:

"... esta sagrada imagem seja o símbolo do vosso domínio, do vosso amparo, da vossa predileção, da vossa benção que paira sobre o Brasil e sobre os brasileiros...".


Molde da cabeça do Cristo foi parar em leilão, O molde original da cabeça do Cristo Redentor foi arrematado, em agosto de 2001, pela Prefeitura do Rio, em um leilão, por R$ 84 mil. A peça, que serviu de base para a construção do rosto da estátua, foi feita em terracota e mede 70 cm de altura. Sua construção data de 1926 e estava em poder da família de um ex-empresário do setor têxtil.

Um comentário:

Unknown disse...

B. dia,
Gostaria de saber qual a fonte, ou como cita-la em relação a história do Cristo Redentor?

Att.:
Dmtrius Cotta
Curadoria

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

LinkWithin